sexta-feira, 22 de julho de 2011

Loucura

Só um louco poderia escrever um livro intitulado “Elogio da Loucura” (“Encomium Moriae” foi publicado em Paris em 1509). Este louco foi Erasmo de Roterdam. E o pior é que há loucos que lêem...

“Só a loucura tem a virtude de prolongar a juventude, embora fugacíssima, e de retardar bastante a malfadada velhice.”

Eu, a Loucura, disse a Júpiter: “Dê uma mulher ao homem, vivendo familiarmente com o homem, saberá temperar com sua loucura o humor áspero e triste do mesmo.”

“Os alquimistas podem ser considerados os loucos por excelência. Têm a cabeça sempre repleta de novos e misteriosos segredos. Cheios de louca e lisonjeira esperança, nunca se arrependem das despesas nem da fadiga, pois são engenhosíssimos em iludir-se a si mesmos e em tornar-se vítimas da própria obstinação. Gabam-se de terem formado tão glorioso e nobre projeto, mas censuram a natureza pelo fato de ter dado aos homens uma vida demasiado breve para levar a termo empresa de tamanha importância.”

“Se, finalmente, pudésseis observar, do mundo da lua, como fez Menipo, as inúmeras agitações dos mortais, decerto acreditaríeis estar vendo uma densa nuvem de moscas ou de pernilongos brigando, insidiando-se, guerreando-se, invejando-se, espoliando-se, enganando-se, fornicando-se, nascendo, envelhecendo, morrendo. Não podeis sequer imaginar os horrores e as revoluções com que enche a terra esse animalzinho, tão pequeno e de tão pouca duração, que vulgarmente de chama homem.”

Os textos acima foram pinçados de uma edição muito antiga (1945) do livro “Elogio da Loucura” publicado pela Editora Atenas, que encontrei recentemente na biblioteca do meu pai. O desenho abaixo eu fiz em 1975 usando um texto extraído de uma edição de bolso bem mais recente. Perdi os originais dos desenhos, escaneei das páginas de um jornal.

E, finalizando o infindável assunto loucura, Nikos Kazantzakis, em “Zorba, o grego” disse:
“Todos homens têm a sua loucura, mas a maior loucura, na minha opinião, é não ter nenhuma.”





domingo, 17 de julho de 2011

Festa na Gaveta

Às vezes eu notava um leve movimento, na gaveta onde guardo as pastas com meus desenhos de Histórias em Quadrinhos. Dava para sentir que havia algo vivo lá dentro. A gaveta balançava quase que imperceptivelmente. Eu olhava e pensava: “- Que dó... Será que um dia vocês ainda irão sair daí?” Quando voltei a fazer as histórias do Bruxinho e criei o BlogBruxinho para publicá-las, fiquei feliz por ele. Pelo menos um havia conseguido sair da gaveta! Só que, o que aconteceu foi que a movimentação lá dentro passou a ser mais intensa e mais frequente. Foi aí que eu tive a ideia de publicar todos eles no blog. Quando abri a gaveta vocês não imaginam a bagunça que estava acontecendo lá dentro! Já estavam sabendo, não sei como... O primeiro a pular no meu colo foi o Monstrinho. Pedi calma e garanti aos outros que era só cada um esperar a sua vez. Estão lá ansiosos...

Monstrinho vive num universo paralelo onde ele é o único personagem “inteiro”. Os demais são, como ele mesmo diz, “pedaços”. Há a Mãozinha, o Mão Esquerda, o Olho, o Pé e o Cérebro. Alguns personagens se utilizam de um curioso método de levitação para se locomoverem. Apesar de toda a fantasia, as referências são do mundo real. Monstrinho é um personagem sossegado. É ciente da sua feiúra e é feliz. Gosta de estar com os amigos, mas não se importa em estar sozinho.









segunda-feira, 11 de julho de 2011

ESCHER


O mestre insuperável na criação de desenhos com figuras que se encaixam é o holandês M. C. Escher. Ele é autor de complexas gravuras fantásticas, elaboradas com um misto de equilíbrio artístico e precisão matemática.


Escher iniciou o curso de arquitetura, porém desistiu e foi estudar arte gráfica. Declara: “Apesar de eu não conhecer ciências exatas e de não ter recebido instrução sobre o assunto, percebo que tenho mais em comum com os matemáticos do que com meus colegas artistas”.


Seus trabalhos mais surpreendentes são os que “brincam” com a perspectiva criando realidades impossíveis como o castelo de escadas (acima). E, ainda, maravilhosas obras de arte precisas como as mãos que se desenham.